O intelectual Edward Said narra a história de sua Palestina varrida do mapa

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Keystone
Edward Said: texto
rico e auto-irônico
em suas memórias
  
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Coletânea
Fora do Lugar
O intelectual Edward Said narra a história
de sua Palestina varrida do mapa

Mariane Morisawa

Em 1994, quando descobriu que sofria da leucemia que o mataria em setembro do ano passado, o crítico literário e professor Edward Said resolveu escrever suas memórias. A vida de um intelectual, ainda que brilhante como ele, não costuma ser palpitante. Mas o autor de Orientalismo, um marco na discussão do eurocentrismo, fez de Fora do Lugar (Companhia das Letras, 432 págs., R$ 49,50) uma leitura interessante. Além de dotar suas memórias de uma prosa rica e fluente, ele recuperou sua pátria que foi varrida do mapa.

Said nasceu em 1935, quando Jerusalém ainda fazia parte da Palestina. Deixou definitivamente seu país em 1947, quando começava a ser instituído o Estado de Israel – no ano seguinte, já não restava ninguém de sua numerosa família na Palestina. Viveu também no Egito e no Líbano antes de estudar nos Estados Unidos – as memórias vão até 1962, quando ele terminou seu doutorado. Por causa de tudo isso, ele sempre se sentiu “fora do lugar”. A tumultuada união entre Oriente e Ocidente aparece em seu próprio nome, em que o Edward em homenagem ao príncipe de Gales se agregava ao árabe Said. Com relatos pessoais e auto-irônicos, Said conta a história de um país que não existe mais e a gênese de um intelectual e ativista pró-Palestina. Cidadão do mundo

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