O BAIRRO ISLÂMICO

O Bairro Islâmico se desenvolveu ao redor da Mezquita Aqsa. A comunidade Muçulmana deu preferência para residir ao lado da muralha oeste e norte da mesquita. O Califa Omar alentou...

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O Bairro Islâmico se desenvolveu ao redor da Mezquita Aqsa. A comunidade Muçulmana deu preferência para residir ao lado da muralha oeste e norte da mesquita. O Califa Omar alentou aos Muçulmanos a viver em Jerusalém desde o Século VII AC. Muitas tribos árabes se estabeleceram nos bairros de Jerusalém desde esta época. No entanto, a maioria da população islâmica se mudou para Jerusalém depois da construção do Haram esh-Sharif, durante o período Ummayed. Do período Fatimid, o Maqdasi nos proporcionou uma descrição detalhada das ruas e bairros de Jerusalém. Mais tarde, no período das Cruzadas, muitos Muçulmanos foram sacrificados. Aqueles que escaparam da matança fugiram para fora das muralhas. Os Cruzados localizaram os sírios no Bairro Muçulmano. Ergueram a Igreja de Santa Ana, perto da Porta do Leão. Durante o período Ayubid, a população Islâmica regressou à cidade. Salah Ed-Din incentivou os árabes e muçulmanos a viver na cidade. Muitos dos bairros vazios foram povoados por tribos muçulmanas e receberam seu nome, como, por exemplo, o Bairro Ghawanmeh, em homenagem a Bani Ghanim. Salah Ed-Din iniciou uma campanha intensa de construção ao redor da mesquita. Construiu vários colégios-Madrasa. Durante o período Mamluke, os muçulmanos intensificaram o povoamento dos bairros de Jerusalém. A maioria dos peregrinos de visita à cidade, procedentes de países vizinhos, preferiram estabelecer-se nas proximidades da Mesquita de Aqsa. Os limites da cidade abarcavam todos os espaços vazios, com exceção dos Barrios Cristãos e Armênios. Os Mamlukes construíram muitas escolas e edifícios públicos.
Os Otomanos pavimentaram as ruas, construíram fontes e ergueram muitos edifícios públicos. No início do Império Otomano, existiam cerca de 1987 casas em Jerusalém. Cerca de 780 delas estão localizadas fora do limite do bairro Muçulmano. Durante o século passado, a população muçulmana foi a menos ativa dentre as outras comunidades devido à pobreza e ao escasso apoio externo. Os muçulmanos acomodados preferiram viver fora das muralhas da cidade. As outras comunidades Cristãs conseguiram fazer com que o bairro crescesse e construíram algumas igrejas, hospícios, lojas e consulados, tendo conhecimento de que o único edifício Cristão, antes de 1840, era Deir el-Adas. A mais evidente é a construção do caminho da Via Dolorosa, que vai da Porta do Leão ao Santo Sepulcro. Foi construído pelos Gregos Ortodoxos. Isto não pôde ser feito antes de Jamal Pasha, o governante egípcio que autorizou as comunidades Cristãs e estrangeiras a construir no Bairro Islâmico. Os governos da Inglaterra, Áustria, França e Alemanha construíram seus consulados perto da Porta de Damasco. A Áustria construiu um hospício no el-Wad com 40 cômodos.
O Bairro Islâmico está localizado na esquina nordeste da antiga cidade. Está delimitado ao norte e leste com a muralha da cidade, ao oeste com o bairro Cristão e ao sul com a Mesquita Aqsa. Cobre uma área de 304 dunums[1]. No fim do século passado contava com uma população de 8.000 pessoas, que possuíam 807 lojas e oficinas. O Bairro Muçulmano se encontra sub-dividido em quatro bairros principais. Alguns estão divididos de acordo com bases primitivas e familiares. A partir destes, ao sul se localiza o bairro Magharbeh. Estava povoado por Árabes norte-africanos que foram expulsos da Espanha e ficaram encarregados de proteger os Santos Lugares em troca de comida e baixos salários. O Bairro Bab Hutta está localizado na parte nordeste da cidade. Era o centro das fábricas de sabão, azeite de oliva e peleteria.

O Bairro Sa’aidye foi povoado através da viagem de Bani Said, no Século XII. O Bairro Bab Esilsile é o mais antigo do Bairro Mamluke, na cidade antiga, fundada antes do século XII. Foi um dos principais mercados de Jerusalém. A escola Tankazia é o edifício mais antigo, anexo às muralhas Haram, construção feita sobre una edificação antiga. Durante o período Otomano foi transformado em uma Corte. Depois de 1967, a autoridade militar israelense confiscou o edifício, transformando-o em quartel dos guardas do Muro das Lamentações. O edifício mais recente é o Saraya, e a barreira de soldados colocada contra o muro norte de Haram. Desta forma, o padrão de assentamento no Bairro Islâmico se distingue pelos prédios públicos contíguos às muralhas de Haram (tais como mesquitas, escolas, uma prisão, a casa do governador, um pátio e as barreiras de soldados). Próximas estão as casas particulares e domésticas. Na terceira linha, estão os mercados da cidade. Mais longe da Mesquita está a área menos densa. Muitas das casas estão cobertas com abóbadas, que as distinguem como Edifícios Islâmicos. Existem cerca de 15 mesquitas no Bairro Muçulmano, algumas tumbas e estábulos. Cerca de 9 dos mercados da cidade se encontram aí. O famoso Suq el Qatanin, data de princípios do período Mamluke. Bab Khan ez-Ziet, Ellahamen, El-Hasar, o A’taren, el-Bashura e o Bazaar se encontram entre estes famosos mercados, separados entre o Bairro Cristão e o Muçulmano. Estes mercados influenciaram no desenvolvimento doméstico do bairro, tanto nos arredores como entre eles. Existem diversas áreas sem construir no Bairro Muçulmano, particularmente, em direção à esquina nordeste.

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