
Posteriormente à conquista Islâmica de Jerusalém, a comunidade Cristã foi autorizada a permanecer na cidade Antiga, depois de pagar um imposto especial, Jizia. Haviam permanecido em um bairro localizado ao redor do Santo Sepulcro. Atualmente, o Bairro Cristão está subdividido em várias comunidades. As maiores são a dos Católicos Romanos e Gregos Ortodoxos. O Bairro Cristão foi fundado no século XI. O limite atual do bairro foi determinado depois do acordo entre Fatamid e os Europeus. Com relação a este acordo, os habitantes Muçulmanos se mudaram para outros bairros. Desde então, a maioria da população foi Cristã. Durante as Cruzadas, os Cristão locais do leste, foram evacuados ou assassinados. Desta forma, este bairro foi denominado de Bairro Patriarca. Outras partes da cidade estavam povoadas por Cristãos do oeste e os bairros adquiriam o nome de acordo com a nacionalidade dos povoadores, tais como: Bairro Espanhol, Bairro Alemão e Bairro Sírio. Posterior à conquista de Jerusalém, por Salah Ed-Din, os Cristãos do oeste de Jerusalém foram expulsos da cidade, depois de pagar os impostos. Somente os Armênios e os Cristãos do leste foram autorizados a permanecer.
No início do Império Otomano, as comunidades Cristãs e Muçulmanas coexistiam lado a lado. Dentro destas estavam o Haret (bairro) Al-Hadaddin, Haret (bairro) Bani Murah, etc.
Posteriormente, ele ficou conhecido como Haret (bairro) Al-Nasara, contando com cerca de 358 casas. Mais tarde, os Franciscanos foram forçados a sair do Monastério no Monte Sião, reestabelecendo-se no Bairro de São Jorge, que foi comprado dos Coptos. Devidos às más condições econômicas, as pequenas comunidades foram vendidas às grandes. Isto criou uma confusão no que se refere à propriedade, entre a população Cristã da cidade. Durante o mandato Egípcio, Jamal Pashal autorizou os países estrangeiros a estabelecer consulados em Jerusalém. Os cristãos do oeste tiveram vantagem do novo regulamento e aumentaram seu número. Atualmente, as comunidades Cristãs estão discutindo sobre a posse dos novos terrenos na Cidade Antiga, particularmente na área ao redor do Santo Sepulcro. Também tiveram êxito na compra de terrenos no Bairro muçulmano.
O Bairro Cristão está localizado ao noroeste da Cidade Antiga. Abarca uma área de 180 dunums. Até fins do século passado, estava povoada por 5.000 pessoas, que eram proprietários de 543 lojas e oficinas. O Bairro estava subdividido em 8 bairros: (Haret el-Istambuliye, Haret an-Nasara, Haret el Hadadin, Haret Deir al-Efranj, Haret Bab al-A’mud, Haret Al-Mawazine e Haret Wa’riyeh). Limita ao norte e oeste com as muralhas da cidade, ao sul com o Bairro Armênio e a leste com o Bairro Muçulmano. A localização do Bairro está baseada no Santo Sepulcro. A comunidade Cristã prefere viver ao redor da Igreja. Também se expandiu em direção à Porta de Jaffa, entrada principal dos turistas e peregrinos que chegam a Jerusalém. Como resultado, a rua Cristã se tornou uma das mais transitadas em Jerusalém, contribuindo para a venda de cerca de 56% dos produtos locais.
As atrações principais do Bairro Cristão são: a área Moristan, a Piscina do Patriarca, o Banho Turco e as igrejas pertencentes a diferentes épocas, com fins culturais (escolas e seminários) e com fins turísticos (lojas, hotéis, pousadas). Estas são, portanto, algumas razões que ressaltam a existência de muitas construções com fins religiosos (igrejas e monastérios), que contribuíram para o desenvolvimento do Bairro Cristão e para a acolhida aos peregrinos. As duas religiões importantes competiram pela aquisição de novos edifícios. Mas a comunidade Grega-Ortodoxa se encontrava na frente, já que era rica e tinha mais terrenos.
A comunidade Grega-Ortodoxa se desenvolveu ao redor do Santo Sepulcro. O edifício principal se encontra junto à Igreja e está conectado ao pátio da mesma por umas escadas. O edifício conta com aproximadamente 80 quartos e inclui uma grande biblioteca com antigos manuscritos. Esta comunidade teve a possibilidade de construir ao redor de 20 monastérios dentro da Cidade Antiga. Em fins do século passado, os Gregos Ortodoxos foram capazes de construir vizinhanças completas. Uma destas é a vizinhança da Porta Nova, que consiste em duas fileiras de lojas, atrás das quais se encontra a zona residencial e as oficinas. A seguinte vizinhança é a de Moristan, que conta com 70 lojas localizadas ao lado do pátio e que possui uma fonte no centro. As acomodações foram construídas na parte superior das lojas. A comunidade também mandou construir o Novo Grande Hotel, junto à Porta de Jaffa, e outra construção sobre o Mercado Aftimus, com o propósito de receber os peregrinos.
O edifício Latino Patriarcal está localizado em direção à muralha oeste e foi construído em 1847. A vizinhança esteve abandonada até 1866, quando se fez um grande esforço para construir escolas, monastérios, lojas e casas. Á leste está a Igreja de São Salvador, que foi construída como uma fortaleza independente e inclui oficinas (de carpintaria, serralheria e uma padaria). Havia a Escola Terra Santa, uma das mais antigas de Jerusalém, estabelecida em 1600 e reconstruída em 1930. Contava também com uma imprensa e uma biblioteca com cerca de 30.000 volumes. A comunidade construiu o Hospício Casanova, que poderia abrigar para 1400 peregrinos.
Igualmente, as comunidades Etíopes e Coptos ergueram outras construções. No entanto, devido à falta de recursos, somente puderam estabelecer monastérios e igrejas ao redor do Santo Sepulcro.