New York Times: Israel controla mídia em Gaza

ERUSALEM — Por três vezes em dias recentes, um pequeno grupo de correspondentes estrangeiros foi informado de que deveria comparecer a um posto de fronteira em Gaza. Os...

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ERUSALEM — Por três vezes em dias recentes, um pequeno grupo de correspondentes estrangeiros foi informado de que deveria comparecer a um posto de fronteira em Gaza. Os repórteres teriam permissão para cobrir a ofensiva de Israel, cumprindo uma decisão da Suprema Corte que derrubou o banimento de jornalistas estrangeiros que vigorava há dois meses.

Em cada uma das vezes os jornalistas foram barrados por seguranças, mas funcionários de entidades humanitárias e cidadãos estrangeiros tinham permissão para passar. Na terça-feira os repórteres foram informados de que nem deveriam mais voltar.

E assim pelo décimo primeiro dia da guerra de Israel contra Gaza, centenas de jornalistas que estão aqui esperam à distância de qualquer contato direto com os combates ou o sofrimento dos palestinos, mas com amplo acesso a comentaristas políticos e militares israelenses que os levam para ver o sul de Israel, onde foguetes do Hamas aterrorizam os civis. Grupos privados financiados principalmente por norte-americanos ajudam a guiar a mídia em Israel.

Como em todas as guerras, essa é parcialmente sobre relações públicas. Mas como em nenhuma outra guerra da história de Israel, o governo está tentando controlar totalmente a mensagem e a narrativa por razões políticas e militares.

“É o resultado do que aconteceu em 2006 na guerra do Líbano contra o Hezbollah”, notou Nachman Shai, ex-porta-voz do exército que está escrevendo uma dissertação de doutorado sobre a diplomacia pública de Israel. “Então a mídia estava em todo lugar. As câmeras e microfones captaram discussões entre comandantes. As pessoas falavam ao vivo na TV. Ajudou o inimigo, confundiu e desestabilizou em casa. Hoje, Israel está tentando controlar a informação muito mais de perto”.

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