Muros ao redor do mundo: Cisjordânia

Esta é uma transcrição de uma reportagem da BBC. “Em 2002, o governo israelita iniciou a construção da barreira de separação entre Israel e [os territórios palestinos ocupados...

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Esta é uma transcrição de uma reportagem da BBC.

“Em 2002, o governo israelita iniciou a construção da barreira de separação entre Israel e [os territórios palestinos ocupados da] Cisjordânia, alegando, como objectivo, a protecção de seus cidadãos de ataques palestinos.

O que para Israel é uma “parede de segurança” é interpretado do lado palestino como um “muro de apartheid”.

A barreira divisória é ilegal segundo a legislação internacional.

Quando terminada, aproximadamente 85% da barreira estará sobre território palestino ocupado, que inclui Cisjordânia e Jerusalém oriental.

Somente 15% da estrutura segue a chamada “linha verde”, a demarcação estabelecida no armistício de 1949 [o jornalista queria referir-se a 1967] entre Israel e a Cisjordânia, hoje reconhecida internacionalmente como fronteira entre ambos os territórios.

Segundo dados das Nações Unidas de Julho de 2009, 58,3% da barreira estão terminados.”

Comentário

A barreira não é apenas ilegal segundo a legislação internacional, existindo decisões do Tribunal Internacional de Justiça que confirmaram tal entendimento.

Existem ainda decisões do próprio Supremo Tribunal de Israel considerando a sua edificação em determinadas zonas como ilegal tendo determinado a sua correcção, como em Bil’in, que perdeu metade das suas terras para o colonato de Modiin Illit. Apesar de oSupremo Tribunal israelita ter decidido, por 3 vezes, que o percurso da barreira é ilegal e que deve ser corrigido, até à data, nem um metro do muro foi alterado.

A Barreira representa uma tentativa de criar uma nova “realidade no terreno”, dando mais tempo a Israel para perpetuar a ocupação e aprofundar a colonização, anexando não só as melhores terras e recursos, como até cidades palestinas inteiras.

Quando combinada com as zonas-tampão, os bloqueios e proibições de mobilidade, a Barreira aniquila a contiguidade territorial da Cisjordânia e corta em fatias qualquer futuro estado, que não passará de um conjunto de cantões isolados.

A barreira é mais um instrumento que visa antes de mais impedir a constituição de um Estado Palestiniano viável.

 

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