
Presidente Lula disse não acreditar em um acordo de paz no Oriente Médio enquanto o principal mediador forem os Estados Unidos.
“É preciso envolver outros agentes, outros países para poder negociar a questão da paz no Oriente Médio. Não é uma questão dos Estados Unidos”, disse.
Os EUA tentam mediar um acordo entre Israel e palestinos que até agora não surtiu efeito.
Lula tem defendido um papel mais atuante do Brasil no processo de pacificação do Oriente Médio. Em maio, visitou o Irã para tentar mediar um acordo em relação ao programa nuclear da República Islâmica.
O Ocidente suspeita que o programa de Teerã visa desenvolver armas nucleares, mas o governo iraniano afirma que o objetivo é a obtenção de energia.
O presidente lembrou que a conversa com seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, levou em conta os termos de uma carta enviada a ele pelo presidente norte-americano, Barack Obama, dez dias antes de sua visita a Teerã.
“Antes de viajar, nós recebemos uma carta do presidente Obama que colocava algumas condições (para um acordo internacional)”, disse Lula.
“O presidente Ahmadinejad aceitou exatamente o termo que levamos e por isso assinou que estava disposto a sentar na mesa na comissão em Genebra”, declarou.
O Brasil e a Turquia tentaram mediar um acordo de troca de combustível nuclear com o Irã, para evitar a imposição de sanções ao país. No entanto, o acordo não impediu que as potências ocidentais seguissem pressionando por novas sanções ao país.
Lula argumentou que o único motivo para que o acordo não fosse aceito pela comunidade internacional é porque Brasil e Turquia estariam interferindo em um assunto que não caberia a países emergentes.
“Mesmo assim, os países do Conselho de Segurança (da ONU) resolveram punir o Irã. Por que? A única explicação é que era preciso punir o Irã porque o Brasil e a Turquia tinham se metido numa seara que não era a de país considerado emergente”, afirmou.
“O que o Ahmadinejad assinou é exatamente aquilo que o presidente Obama colocou para nós dez dias antes de a gente viajar para o Irã”, declarou.