
Segundo a Human Rights Watch (HRW) num relatório divulgado hoje, quinta-feira, 23 de Agosto, o exército israelita matou 11 civis palestinianos quando eles empunhavam uma bandeira branca, durante a sua ofensiva de Dezembro/Janeiro na Faixa de Gaza.
Entre os 11 civis palestinianos encontravam-se cinco mulheres e quatro crianças, tendo sido feridas pelo menos outras oito pessoas que agitavam uma bandeira branca para serem poupados à ofensiva. A denúncia da HRW baseia-se em testemunhos, exames médicos e balísticos.
“Estes civis estavam em grupo e agitavam uma ‘t-shirt’ ou um lenço. Não havia qualquer combatente palestiniano nas imediações naquela altura”, sublinha a HRW, que apela ao exército israelita para abrir um inquérito sobre as referidas mortes.
A HRW revela ainda que aqueles 11 civis não serviram de escudos humanos aos combatentes do movimento islamita Hamas e também não foram vítimas de troca de tiros.
“No melhor dos casos, os soldados israelitas não tomaram as precauções necessárias para distinguir os civis dos combatentes antes de disparar, como exigem as leis da guerra”, adianta a organização. “No pior, eles deliberadamente atacaram civis e são assim responsáveis por crimes de guerra”, defende.
O exército israelita abriu 14 inquéritos contra soldados suspeitos de conduta criminal durante a ofensiva na Faixa de Gaza. Mas, como é habitual, só por milagre eles levarão a qualquer punição dos envolvidos, já que os militares israelitas não só tem toda a cobertura dos responsáveis israelitas, como são incentivados a comerem crimes de guerra.
Este relatório é o sexto desta organização de defesa dos direitos humanos sobre a operação israelita.
Em quatro dos relatórios anteriores, a HRW criticou Israel por ter violado as regras do direito internacional que obrigam um beligerante a distinguir entre alvos civis e militares.
Segundo os serviços de saúde palestinianos, 1.400 palestinianos foram mortos e cerca de cinco mil feridos durante a ofensiva militar israelita contra o Hamas na Faixa de Gaza.