
As declarações do cantor britânico Roger Waters em defesa da Palestina e da retirada de Israel das terras ocupadas na Cisjordânia desencadeou a reação da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj). De acordo com o jornal O Globo, a entidade teria tentado impedir na justiça que Roger Waters voltasse a fazer criticas “anti-sionistas” no show que o artista realizou na noite desta quinta (29), no Rio.
O roqueiro – ex-integrante do Pink Floyd – tem aproveitado sua turnê pelo Brasil para divulgar o ” Fórum Social Mundial Palestina Livre”, que acontecerá em novembro, em Porto Alegre, e criticar a decisão de Israel de construir novos assentamentos na Cisjordânia.
Ao saber da iniciativa da Federação Israelita, o Comitê de Apoio ao Povo Palestino do Rio de Janeiro e a Frente em Defesa do Povo Palestino manifestaram-se em solidariedade a Roger Waters e condenando a postura da entidade. “Repudiamos qualquer tentativa de intimidação e censura à liberdade de expressão por parte dessa ou de qualquer outra organização”, diz o texto.
Às vésperas do aniversário do Golpe Militar de 1964, a carta pública afirma que o ato ocorre “nos moldes da ditadura” e não tem mais espaço no Brasil de 2012. Segundo as entidades pró-Palestina, a tentativa de cercear as palavras de Waters é inconstitucional e fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
De acordo com o texto, trata-se de “uma postura tão conhecida quanto inaceitável de se tentar criminalizar os movimentos sociais e pessoas de consciência que se levantam contra a opressão ao povo palestino e a ocupação de suas terras”. A carta termina agradecendo ao cantor por não “silenciar diante da injustiça e emprestar sua imagem e voz para essa nobre causa da humanidade”.