
Rabis querem mais judeus no Pátio das Mesquitas
Como não encontro a notícia no site do Público passo a transcreve-la na íntegra:
Os confrontos de domingo, surgidos após rumores de que extremistas judeus se preparavam para entrar no local, provocaram ferimentos em nove polícias e 21 palestinianos. Ontem, porém, a calma regressou à Cidade Velha, novamente invadida por turistas, apesar da presença policial reforçada.
O Pátio, ou Haram al-Sharif (Nobre Santuário), é o terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos, albergando a mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula do Rochedo. O local é também venerado por judeus, que o apelidam de Monte do Templo, por aí se terem erguido os dois templos na antiguidade. O último foi destruído pelos romanos no ano 70, dele restando o Muro das Lamentações, situado sob o Pátio.
Apenas os muçulmanos podem rezar dentro daquele complexo, aberto algumas horas por dia a visitas de turistas que, no caso dos judeus, são acompanhadas pela polícia.
Os ultranacionalistas não escondem as ambições de reerguer no local um novo templo e rumores de que o Governo israelita se preparava para tomar o controlo do Pátio fizeram renascer a tensão, no último Verão, fazendo temer o regresso da violência, numa altura em que as negociações de paz estão suspensas.
A polícia reafirmou ontem que não vai tolerar “qualquer violação do statu quo”, agindo tanto contra “incitadores como contra perturbadores da paz”. Mas ainda domingo não tinha terminado e um influente grupo de rabis juntava-se numa conferência para contestar a “discriminação” dos judeus no acesso ao Pátio e lançar um apelo para que mais fiéis ali se desloquem. “Não estou a falar de centenas, mas de milhares” de pessoas, disse ao Jerusalem Post o rabi Yaakov Meidan.
Declarações que levaram Khaled Meshaal, o líder do Hamas, a acusar Israel de planear a destruição dos locais sagrados e a exigir o fim do processo de paz. “O destino de Jerusalém será determinado pela confrontação, não na mesa das negociações”, afirmou, alegando que a Cidade Velha, anexada por Israel em 1967, “pertence aos seus habitantes árabes e cristãos”. “Os sionistas não têm qualquer direito sobre ela.”
NB:
1. As declarações do rabi Yaakov Meidan, não foram feitas ao Jerusalem Post mas durante uma conferência pública onde se encontravam presentes parlamentares de diversos partidos de extrema direita sionista religiosa e nacionalista representados na coligação que governa Israel, nomeadamente, Tzipi Hotovely (Likud), Uri Ariel (União Nacional), Arye Eldad (União Nacional), Michael Ben-Ari (União Nacional) e Uri Orbach (Habayit Hayehudi) também estiveram presentes, o vice-presidente da Câmara de Jerusalém. David Hadari (Habayit Hayehudi) e um membro do Comité Central do Likud Moshe Feiglin.
2. Essa conferência foi organizada pelo Instituto do Templo – uma organização baseada em Jerusalém e que se dedica à pesquisa tendo por objectivo a reconstrução do Templo, por certo no “Monte do Templo” hoje conhecido como Haram al-Sharif (Nobre Santuário), tendo participado, entre outros os rabis Dov Lior, Yaakov Meidan, Yuval Cherlow e Elyakim Levanon.
3. Como já devem saber nem todos os rabis são como estes. Há os que jejuam pelos que sofrem em Gaza e lutam pela paz e depois existem os que como estes pregam a violência e o extremínio.
4. Como não tenho tempo para vos traduzir o artigo do Jerusalem Post e como entendo que, o que lá é descrito, é por demais preocupante aqui fica o Link para o referido artigo publicado no passado dia 25,domingo.