
15 de Maio: um dia para não esquecer
O dia cinco de junho marcará essa data infame, quando o exército de Israel consolidou a destruição. Mas é bom que o mundo saiba que é desde o 15 de maio de 1948, que rios de sangue têm jorrado na região, levando embora a vida de boa parte da juventude e da infância palestina. A população segue pagando muito caro para corrigir o erro perpetrado pelo mundo oficial da época, liderado pela Grã Bretanha e a França.
Desde então, ferozes conflitos acossaram a região da Palestina. Ali chegaram os canhões em 1948, 1956, 1967, 1973, 1982, 1996, e seguem em 2000, 2006. Todo um jogo irracional, de balas e mortes, de opressão e dor, visando dar racionalidade a uma causa que só tem provocado a desgraça. Um exemplo disso é o massacre promovido por Israel, em julho do ano passado, quando – não satisfeito em destruir o que resta do povo palestino – decidiu invadiu o Líbano. Só que, desta vez, a luta do povo libanês conseguiu barrar o avanço israelense, resistindo durante 34 dias e impondo grandes prejuízos ao exército agressor, que acabou pedindo o cessar fogo.
Mas, nem assim a maioria israelense consegue perceber o absurdo da guerra. Na última semana, num relatório da comissão de investigação sobre os detalhes do conflito com o Líbano e os motivos da derrota, os especialistas apontaram Olmert – o primeiro-ministro de Israel – como o grande responsável pelo fracasso. No mesmo dia, na Praça Issac Rabin, no centro de Tel Aviv uma multidão, calculada em 100 mil pessoas, gritava: “Olmert, fracassado. Olmert, vá para casa. Olmert, larga o poder. Queremos um primeiro ministro mais forte”. Ou seja, não bastou tudo aquilo. Precisa mais!
A mensagem que essa gente passa ao mundo segue apavorante. Querem um primeiro ministro ainda mais selvagem, que mate mais, que destrua mais. Nada parece bastante. E, no meio disso tudo, um agravante: silêncio praticamente total dos intelectuais israelenses. Ninguém parece disposto a defender o fim dos massacres, a idéia de que a guerra e destruição não levam a nada, ou que a paz pode ser um caminho!
Diante disso tudo, para nós, palestinos, só resta lançar essa dolorosa pergunta ao mundo: quem, afinal não está preparado para viver em paz?
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino